1 – Nasceu a 12 de Setembro de 1962, de pés e com o cordão umbilical enrolado à volta do pescoço
2 – É filho do arquitecto Nuno Portas e da economista e escritora Helena Sacadura Cabral
3 – Quando era miúdo recebia a roupa do irmão, Miguel Portas, que era seis anos mais velho.
4 – Aos cinco anos já imitava os discursos de Marcello Caetano, nas Conversas em Família.
5 – Os pais separaram-se em 1967. Paulo Portas ficou a viver com a mãe.
6 – Tem como padrinhos de baptismo o arquitecto Nuno Teotónio Pereira e a escritora Maria Velho da Costa.
7 – Em adolescente discutia política com o ex-bastonário dos advogados António Pires de Lima.
8 – Estudou no Colégio S. João de Brito, seguindo uma tradição familiar.
9 – Criou o jornal Risos e Sorrisos.
10 – Jogava à bola, a defesa direito, e ia assistir aos jogos do Sporting em hóquei em patins.
11 – Com o 25 de Abril a mãe enviou-o algum tempo para França para não ser criado no ambiente da revolução.
12 – No pós-25 de Abril organizou no colégio debates sobre a liberdade de ensino.
13 – Aos 14 anos impressionou Sá Carneiro com uma carta com uma análise política. O futuro primeiro-ministro não acreditava que o texto tivesse sido escrito por um miúdo.
14 – Aderiu à JSD aos 15 anos. Passava as noites na sede do partido e discursou no congresso do hotel Roma.
15 – No mesmo ano publicou uma carta no Jornal Novo, intitulada “Três traições”. Os alvos eram Mário Soares, Freitas do Amaral e Ramalho Eanes.
16 – O presidente da República processou o autor da carta – não sabia que era um menor.
17 – Interrogado por um juíz, replicou a todas as perguntas com um “Não respondo”.
18 – Fuma intensamente desde a adolescência. Há pouco tempo trocou os SG Filtro pelo Lucky Strike.
19 – Quando Sá Carneiro era primeiro-ministro ia todos os dias ao gabinete do chefe de governo na Presidência do Conselho de Ministros. Às vezes ficava à conversa com o também líder do PSD.
20 – Em 1980, Sá Carneiro assinou a ficha de inscrição de Paulo Portas no PSD.
21 – Tirou o curso de Direito na Universidade Católica com média de 13 valores.
22 – Enquanto estudava começou a trabalhar em O Tempo, A Tarde e no Semanário.
23 – Em 1983 deixou o PSD desencantado com o rumo do partido após a morte de Sá Carneiro e depois de uma derrota numas eleições na JSD.
24 – No dia em que fez 25 anos, perguntou a Miguel Esteves Cardoso, então cronista do Expresso: “porque é que não fazemos um jornal?”
25 – O Independente saiu para as bancas em Maio de 1988. Paulo Portas era director adjunto.
26 – É pouco tolerante ao álcool.
27 – Em O Independente, enquanto o resto da redacção bebia whiskys e gins, Paulo Portas ficava-se pelos Dininteis [uma anfetamina que estimula o sistema nervoso central]
28 – Escreve sempre à mão, com canetas Futura azuis, de tinta permanente ou com lápis de arquitecto.
39 – Criou uma imagem de um tipo desinteressado que não tinha telemóvel, cartões de crédito ou multibanco e não mexia em dinheiro.
30 – No início da década de 1990 guiava um Mazda vermelho descapotável. Depois do Jaguar, hoje conduz um Jeep Tuareg.
31 – Como não gostava de perder tempo à procura de lugar o paquete do jornal funcionava como motorista.
32 – Ao fim-de-semana ia para as piscinas de hotéis de Lisboa ler os jornais estrangeiros.
33 – Preferia perder um amigo a uma notícia. Um dos casos foi o de Duarte Lima, amigo desde os tempos da Universidade Católica.
34 – Apoiou a candidatura de Freitas do Amaral à presidência da República, em 1985.
35 – No início dos anos 1990. aproximou-se de Manuel Monteiro de quem se tornou um conselheiro privilegiado.
36 – Para não se suspeitar da sua ligação ao CDS entrava para as reuniões no partido pelas traseiras da sede, no Largo do Caldas.
37 – Até ao último dias disse aos jornalistas de O Independente que não ia trocar o jornalismo pela política.
38 – Durante vários anos passou o fim-de-ano na Madeira, com a família de Manuel Monteiro.
39 – Durante muitos anos teve em Luís Nobre Guedes um dos seus melhores amigos. Hoje não se falam. O mesmo aconteceu com Manuel Monteiro.
40 – Antes de ir à televisão treinava as caras que fazia.
41 – Chegou a beber 16 cafés por dia.
42 – Não tem email e só aprendeu a enviar SMS graças à insistência da irmã, Catarina Portas.
43 – A secretária de casa é uma asa de avião – um Douglas Constelation – restaurada.
44 – Devora biografias e livros de história.
45 – Houve uma altura em que teve a obsessão do bronze: passava os dias na piscina do Sheraton, em Lisboa. Chegou a dirigir daí o CDS, via telefone.
46 – Começou a ir às feiras porque era a única forma de fazer campanha sem gastar dinheiro – que o CDS não tinha.
47 – Compra os fatos no alfaiate do Porto Augusto Saldanha, que é também autarca do CDS.
48 – Como a avó materna morreu no dia de Natal, a 23 de Dezembro sai sempre do país. Normalmente o destino é algum país com neve, para poder esquiar.
49 – Há anos que é envolvido em casos suspeitos: Moderna, submarinos e sobreiros. Nunca foi constituído arguído ou acusado.
50 – No parlamento, o nível das suas intervenções irritava solenemente Durão Barroso – com quem fez uma coligação de governo em 2002 – e, em O Independente, ignorava os telefonemas do então responsável da JSD, Pedro Passos Coelho – com quem hoje tem um acordo de governação.
“33 – Preferia perder um amigo a uma notícia. Um dos casos foi o de Duarte Lima, amigo desde os tempos da Universidade Católica.” …Foi o que ele fez de melhor..
Pingback: A instabilidade financeira e a memória curta dos PàFs – Aventar