“The world is leaving one epoch and entering another. We are at the beginning of a long road to a lasting, peaceful era. The threat of force, mistrust, psychological and ideological struggle should all be things of the past.”
A declaração de Mikhail Gorbachev, no final da Cimeira de Malta, a 3 de Dezembro de 1989, oficializou o que já era um dado quase adquirido: a Guerra Fria terminara. Nas semanas anteriores, a Hungria tinha aberto as fronteiras, na Alemanha o muro de Berlim caíra, tal como o governo da Checoslováquia.
Em Malta, na baía Marsaxlokk, o líder soviético e o presidente dos Estados Unidos, George Bush encontraram-se então pela primeira vez. Cada um tinha o quartel-general num navio. O mau tempo acabou por cancelar algumas reuniões e um jantar. Mas foi no cruzador Máximo Gorki, que os dois líderes deram a conferência final em que anunciaram reduções de tropas e armas na Europa e declararam o fim da Guerra Fria. Gorbachev garantiu que nunca iria começara uma “guerra quente” contra os EUA. Bush, concluiu:
“We can realise a lasting peace and transform the East-West relationship to one of enduring co-operation. That is the future that Chairman Gorbachev and I began right here in Malta.”
O interessante é que, à partida para Malta, George Bush estava determinado em evitar conversações sobre armamento e queria apenas promover uma imagem pública de desanuviamento. Só ao encontrar-se pessoalmente com Gorbachev percebeu que este propunha uma redução de armamentos – mas não a saída dos EUA da Europa. Está tudo aqui.