Em Abril, milhares de argentinos – há quem diga milhões – saíram à rua em protesto contra as reformas defendidas pela presidente Cristina Kirchner. Os manifestantes depressa começaram a gritar palavras de ordem contra a inflação, crime e corrupção.
Em Maio, os estudantes chilenos voltaram a encher as avenidas das principais cidades do país enquanto exigiam um ensino grátis para todos. As manifestações começaram há dois anos.
A 28 de Maio, um grupo de manifestantes decidiu impedir a demolição do Parque Guezi, na Turquia. A intervenção da polícia – com recurso a gás lacrimogéneo e canhões de água – levou a que milhares de pessoas acorressem ao protesto em Istambul. Nos dias seguintes, as manifestações alastraram a outras cidades turcas. O alvo passou a ser o governo de Recep Tayyip Erdoğan que, desde a reeleição, tem aprovado uma série de leis inspiradas na religião islâmica. As manifestações duram há semanas.
Em Junho, no Brasil, milhares de pessoas começaram a protestar contra o aumento dos preços dos bilhetes de autocarro. A brutalidade da intervenção policial levou muitos outros a juntarem-se aos manifestantes – e as palavras de ordem alargaram-se a muitos outros problemas da sociedade brasileira: crime, corrupção e, em grande parte, aos investimentos brutais em infraestruturas para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 (que têm implicado deslocações forçadas da população) enquanto os serviços de saúde e educação definham.
Ontem, na Indonésia, milhares de pessoas protestaram contra o aumento do preço da gasolina subsidiada pelo Estado. Os manifestantes incendiaram pneus em frente ao parlamento na capital, Jacarta, e os protestos espalharam-se a outras cidades indonésias.
Estas são aquelas de que me recordo. Houve e haverá mais.