Hoje, o Committee to Protect Journalists lançou, em conjunto com a See Media, um documentário sobre o perigo de se ser jornalista no Egipto. A organização documentou uma série de abusos de liberdade de imprensa, incluindo a morte de seis repórteres e dezenas de prisões desde Julho de 2013. Neste momento ainda há 11 jornalistas da Al Jazeera detidos. O filme chama-se “Under threath: Egiptian press in peril”
A previsão é da ONU: em 2050, uma em cada três pessoas vão viver numa favela. Com este número em mente, a Al Jazeera realizou uma série documental em seis partes sobre o bairro de Tondo, em Manila – uma das zonas mais pobres do mundo – e a luta de alguns dos seus habitantes para contrariar as probabilidades. Chama-se My Home e neste episódio, o sexto, uma bailarina, um lutador e uma modelo falam das suas ambições e do que fazem para as alcançar. Fora da favela.
Em Junho, o grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e da Síria surpreendeu o mundo ao conquistar largas parcelas de território da Síria e do Iraque. Esse avanço foi acompanhado pela captura de armas norte-americanas e de dinheiro depositado nos bancos iraquianos – meios que lhes permitiram continuar a ganhar terreno nos meses seguintes. Agora, o simplesmente denominado Estado Islâmico (EI), anunciou a sua intenção de reestabelecer um califado – do qual o seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, foi declarado califa.
Enquanto a maioria dos meios de comunicação têm acompanhado o crescimento do EI à distância e através da sua actividade nas redes sociais, o repórter da Vice, Medyan Dairieh, conseguiu obter um acesso sem precedentes ao grupo e passou três semanas com os seus responsáveis no Iraque e na Síria. O resultado foi o documentário The Islamic State, o mais completo retrato dos radicais responsáveis pelo recente assassinato do jornalista norte-americano James Foley.
Esta é a semana em que a Guiné Equatorial entra na CPLP. Pouco se sabe sobre o país governado há 34 anos por Teodoro Obiang Nguema e são poucos os jornalistas que entraram no país livremente. O documentário Once Upon a Coup é uma das raras excepções. Realizado na sequência da tentativa de golpe de Estado falhada que teve o apoio do filho da ex-primeira-ministra britânica, Mark Tatcher. Não está disponível no You Tube. Fica aqui o link. Vale mesmo a pena.
É a nova moda na África do Sul. Chamam-lhe Staff Riding, mas é mais uma espécie de surf em comboios: no topo ou nas laterais das carruagens. Não é preciso pensar muito para perceber que é uma prática que termina muitas vezes em morte ou em amputações, na maioria de rapazes com menos de 25 anos.
Estão ligadas a todos os tipos de crime: roubos, clonagem de cartões bancários, pirataria informática, mas tambémextorsão, prostituição e tráfico. São gangues organizados itinerantes cujas lideranças estão nos seus próprios países mas cujos “soldados” se espalham pela Europa para fazer dinheiro para o grupo. Neste trabalho para a Al Jazeera, os franceses Jerome Pierrat e Barbara Conforti entrevistaram criminosos em vários países da Europa de Leste, incluíndo os chamados Ladrões em Lei – uma organização criada nos gulags soviéticos. É um mundo obscuro, regulado por códigos próprios, de honra.
John Kitchin era neurologista. Andava de mercedes e vivia numa mansão. Um dia, abandonou a carreira, mudou-se para um estúdio perto da praia Pacific Beach, em San Diego. Começou a fazer apenas o que queria: andar de patins em linha. Desde então que passa os dias a percorrer o paredão lentamente e a ouvir música. Os locais pouco sabem sobre ele. Mas chamam-lhe Slomo. É um personagem local.
Há 20 anos que a organização Vitamin Angels se dedica a um trabalho fundamental: levar vitaminas a populações em risco, especialmente mulheres grávidas, jovens mães e crianças com menos de cinco anos. É um trabalho silencioso para combater uma catástrofe: 45% das mortes infantis devem-se à malnutrição. Para celebrar as duas décadas de actividade, no Outono de 2013, a Vitamin Angels pediu a três realizadores premiados que se unissem para fazer um documentário que mostrasse o seu trabalho. Chamaram-lhe A Supporting Role. Divididos em três equipas, uma nos Estados Unidos, outra no Perú e uma terceira na Índia. Esta última, liderada por Caleb Slain, viajou para o estado indiano de Nagaland, uma das regiões mais remotas dos Himalaias. Este foi o resultado. “Welcome to the end of the world.”
O realizador Errol Morris falou ao The Guardian sobre as entrevistas ao ex-secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, que compõem o seu último trabalho: The Unknown Known.
Um filme ou um documentário com qualidade precisa de uma série de ingredientes: uma boa ideia, uma história que cative, protagonistas à altura e, last but not the least, dinheiro. Por norma, em Portugal, para se conseguir alguma produção com qualidade é preciso andar a angariar apoios/subsídios junto de uma série de instituições que se queiram associar ao projecto: Câmaras Municipais, Institutos Públicos, bancos e algumas empresas. Mas agora, há cada vez mais pessoas a recorrer a uma modalidade que já se generalizou em países como os Estados Unidos ou o Reino Unido: o crowdfunding.
Fora do jornalismo, há agora um grande projecto nacional à espera do financiamento através de crowdfunding: o filme Por Ela, do Nuno Markl. Ao contrário de outras grandes produções, o Markl não está a pedir milhões de euros para realizar aquele que ele já classificou de o projecto de uma vida. São 100 mil euros para realizar uma obra que será protagonizada por César Mourão, Ana Bacalhau, Tónan Quito e Ricardo Araújo Pereira.
Acredito que, sendo quem é, se quisesse muito, o Nuno Markl poderia obter o financiamento de que precisa junto de duas ou três empresas. Mas como explica neste vídeo, ele acredita mesmo que o crowdfunding pode ser o futuro da cultura popular. Algo que pode fazer uma multidão de desconhecidos juntar-se e deixar o seu nome num projecto em que acredita e pelo qual acha que vale a pena gastar 1, 10 ou 100 euros. Sendo que todo e qualquer contributo que possa ser feito terá um retorno: seja o nome na ficha técnica, um cartaz do filme, uma caneca, um jantar com os protagonistas, convites para a ante-estreia, o guião original ou o nome no IMDB. Tudo depende do valor.
Eu vou tratar de contribuir para os projectos. Quanto mais não seja para ver até onde o Nuno Markl é capaz de ir. Até agora já fez uma dança tribal, carregou com a Ana Galvão pela Avenida Marginal e mergulhou numa piscina à noite. E ainda só conseguiu 13 mil euros. Mas a mensagem é: se todos nos juntarmos, talvez seja possível colocar de pé projectos com qualidade, de forma independente. Hoje um documentário. Amanhã, uma longa-metragem. Daqui a uns tempos, quem sabe, um projecto jornalístico.
Quando a Wikileaks divulgou os documentos norte-americanos sobre a guerra no Iraque, em 2010, houve um termo que chamou a atenção da realizadora Maggie O’Kane: “Frago 242”, uma abreviatura de “Fragmentary Order 242”, uma directiva para os militares ignorarem a tortura a iraquianos feita por iraquianos. A investigação que se seguiu – e divulgada agora pela Al Jazeera – mostra como o Pentágono enviou um veterano da guerra do Vietname e das operações clandestinas na América Central para coordenar as unidades especiais da polícia cuja missão era obter informações de rebeldes através de detenções secretas e tortura. A certa altura, estes esquadrões da morte chegaram a ter 17 mil elementos que ajudaram à eclosão de uma guerra civil que já fez milhares de vítimas.
A partir dos 15 anos, uma rapariga entra na idade adulta. Como a mais nova de sete irmãos, Shurooq Mousa sabe que terá de fazer o que a familia espera – mas não cederá sem dar luta. Seja em relação às roupas que usa, ao que irá estudar e ao papel que a mulher tem na sociedade muçulmana. Um documentário que mostra por dentro a realidade e os conflitos de uma cultura, filmado pela irmã de Shurooq, Wesam Mousa. Chama-se 15 in Gaza. E tem o selo de qualidade da Al Jazeera.
Este ano os Estados Unidos pretendem sair definitivamente do Afeganistão. Esta é uma pequena história do país, feita para um documentário que deverá ser lançado em breve.
A 11 de Fevereiro de 1979 era proclamado o triunfo da Revolução Islâmica no Irão. No dia em que se assinala o 35º aniversário fica aqui a primeira de três partes de um documentário da BBC sobre o homem que liderou o processo – e mudou o mundo: o Ayatollah Khomeini
É o maior país da Europa de Leste. Dividido entre a União Europeia e a Rússia, tem sido palco de manifestações constantes que alguns já consideraram poder levar a uma guerra civil. Seria mais uma crise numa história de conflito. É o centro do programa Witness, da Al Jazeera. O nome diz tudo: Ucrânia, State of Chaos.
Sim, a internet pode ser um vício. Tanto que na China há centros de reabilitação para aqueles que não conseguem largar o computador – sobretudo para jogar online. A maioria dos pacientes são jovens, rapazes e são lá colocados pelos pais contra a sua vontade. Isto significa que estão presos. E seguem um regime quase militar. Este documentário do The New York Times,China’s Web Junkies, levanta um pouco o véu sobre essa realidade.
O deserto do Saara ocupa partes do Mali, Niger, Argélia, Líbia e Burkina Faso. O centro tem dos maiores depósitos energéticos de África. O seu povo – os Tuaregues – ambicionam uma pátria independente. Durante anos, foram contidos por Muammar Khadaffi: deu-lhes emprego e contratou-os como mercenários. Com a queda do líder líbio, muitos voltaram a casa, no Niger e no Mali, ao fim de várias décadas. O que encontraram? Fome, seca e pobreza. A solução? Uma rebelião para criar o seu próprio Estado. Esta é a primeira de três partes de um documentário da Al Jazeera, que acompanhou o regresso a casa dos soldados tuaregues.
Em Janeiro de 2012, o Tiago Carrasco, o João Fontes e o João Henriques começaram a percorrer os 15 mil quilómetros que separam Istambul, na Turquia, de Sidi Bouzid, na Tunísia. Ao atravessarem 10 países, testemunharam no terreno os acontecimentos da Primavera Árabe. No final de Outubro desse ano, foi publicado o livro A Estrada da Revolução. O trabalho valeu-lhes a distinção com o Prémio Gazeta de Jornalismo de 2013. Só faltava mesmo o documentário – que tem a antestreia marcada para o próximo dia 26 de Janeiro, às 16h, no Teatro Municipal de Vila do Conde. Parabéns!
Marc Dauphin é um médico australiano que passou uma longa temporada num dos hospitais mais atarefados do mundo: a base aérea de Kandahar, no Afeganistão. Pelas suas mãos passaram milhares de soldados feridos. No fim da sua comissão, regressou a casa. Voltou à chamada normalidade que, quatro anos depois, passou a ser tudo menos normal. Este documentário acompanha o seu dia-a-dia no hospital militar e o seu regresso a casa.
Como todos os líderes, Nelson Mandela era, sobretudo um homem como os outros. Excepcional, mas apenas um homem. Aqueles que o conheceram e que com ele lidaram contam a esta reportagem da Al Jazeera quem era o homem para lá do mito.