Há muito que o multi-milionário John McAfee – sim, o criador do anti-vírus com o mesmo nome – leva uma vida de playboy excêntrico. Mudou-se para o Belize, rodeou-se de homens armados, namora com strippers e prostitutas e simplesmente faz o que quer. Mas desde que se tornou suspeito da morte do vizinho – e depois um fugitivo à justiça – que voltou a estar no centro das atenções. O programa SBS Dateline conseguiu um acesso exclusivo ao círculo mais íntimo do multimilionário. Ficam duas certezas: ele é um tipo desconcertante e tem um gosto duvidoso no que toca a mulheres.
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Descobertas matinais: D-Central, o gadget que vai impedir a vigilância da NSA
John McAfee – sim, o milionário criador do famoso anti-virus que agora não tem nada a ver com a companhia que criou – anunciou numa conferência em San José, na Califórnia, que está a criar um gadget que vai iludir a vigilância da NSA. Baptizado de “D-Central”, o aparelho vai estar à venda por 100 dólares e poderá ser transportado no bolso. Na prática, vai criar uma espécie de “dark web” que não pode ser acedida por meios convencionais. “Ninguém vai conseguir saber quem são ou onde estão”, garantiu. Questionado sobre a possibilidade de o governo norte-americano proibir a venda do aparelho, McAfee foi claro: “vendo-o em Inglaterra, no Japão ou no Terceiro Mundo”.
Os jornalistas descuidados e o milionário excêntrico
Nas últimas semanas os jornais e revistas deram grande destaque à fuga, prisão e deportação de John McAfee, o empresário que criou o antivírus com o mesmo nome. Para quem não leu, a polícia do Belize queria interrogar McAfee a propósito do assassinato de um seu vizinho. O milionário convenceu-se de que este era um pretexto para as autoridades o capturarem e assassinarem por ser um opositor do regime. Fugiu para a Guatemala onde acabou por ser detido e depois extraditado para os Estados Unidos. O que passou despercebido à maioria dos órgãos de comunicação foi a forma como as autoridades souberam que o milionário tinha saído do Belize e o encontraram num hotel em Guatemala City: graças ao descuido de dois jornalistas.
Depois de ter desaparecido, McAfee aceitou ser acompanhado por dois jornalistas da Vice Magazine. Ao fim de quatro dias, os repórteres colocaram online uma fotografia do jornalista e chefe-de-redacção, Rocco Castoro, com John McCafee. Tirada com o iPhone do repórter, a imagem mostrava a selva em fundo e tinha o sugestivo título: “We are with John McAfee right now, suckers.” Problema: o jornalista esqueceu-se de apagar os dados da fotografia, que revelaram às autoridades a sua localização exacta. Mais grave, o repórter acabou por mentir para tentar proteger o empresário e acabou por relatar em directo a sua prisão .
Há algum tempo escrevi aqui sobre a insegurança a que estão sujeitas as informações confidenciais transmitidas a jornalistas. A maioria de nós até pode estar disposto a ir preso antes de revelar uma fonte (um assunto a que voltarei em breve), mas hoje em dia não é necessário tanto. Basta às autoridades seguirem o nosso rasto informático para obter todas as provas de que precisam para identificar eventuais fugas de informação. Para garantir que as fontes confidenciais continuam seguras – ou pelo menos dificultar um pouco o trabalho a quem as tenta descobrir – basta ter alguns cuidados. Neste artigo, a Forbes enumera outros. São processos simples, como apagar dados de fotografias e ficheiros word e PDF – e não, não é preciso ser-se um cromo da informática para os aplicar.
Entretanto, fica também aqui o teaser da reportagem da Vice com John McAfee e a sua muito jovem namorada.